By Leo Peifer on 2/09/2007 11:33:00 AM

Quem tem medo do Kodály-mau?
Ou a Geopolítica retrógrada que descende da Hungria

Nossa aula de musicalização infantil semanal tem provocado alguns revertérios. Imaginem que a despeito de o engenhoso Zoltán Kodály ter desenvolvido na aurora do século passado a associação de gestos com notas musicais para potencializar o aprendizado musical - uma vez que o movimento engatilha a memória do som - (conforme explanou o Jardel), descobertas recentes de nossa oficina dão conta de que há um efeito colateral que afeta uma área do cérebro relacionada com a geopolítica.
O exemplo mais recente ocorreu na semana passada, em que a dedicada Mariana, ao desconhecer o parentesco entre gesto-nota musical, desabafou: "Mas como eu vou ficar sabendo a altitude da nota?". Um transtorno típico de Alpinismo. Ademais a essa questão toposférica, percebemos também como a devassidão capitalista-selvagem adentrou nossos subconscientes sem pagar qualquer ingresso, quando, num momento extático de confusão, afirmei: "A minha dificuldade está no compasso terciário"... Diria Míriam Leitão que o país inteiro sofre com o mesmo obstáculo, que o setor de serviços é de fato afetado pela alta taxa de juros e pela estagnação dos aportes financeiros internacionais diretos, entre outros penduricalhos economescos que justificam a nossa atual servidão.
Mas o que de fato, e isso revelo somente agora, encabula-me e retrai mesmo o meu crescimento infanto-musical diz respeito à técnica de solfejo manual, manossolfa, para os íntimos. Imaginem vocês que todo o atraso musical mundial pode estar diretamente relacionado a essa técnica. Milhões de adolescentes praticam manossolfa diariamente. "Como poderiam então apresentar deficiência musical se se dedicam tanto?", arguirá o atento post-leitor. Ao que, de imediato, rebaterei: experimente treinar sua vida inteira e execução de uma nota só...

O manossolfa provavelmente inspirou Jobim a compor

Samba de Uma Nota Só e Garota de Ipanema

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