Estou um pouco desaparecido. Possivelmente me condoendo do nocivo teor de celulose que protagonizei nas oficinas de criação do teatrólogo João das Neves. Nunca pensei que a reta determinação de uma cueca de algodão fosse capaz de trazer tanto constrangimento. A quem não faz idéia de que falo, somente verifique a sonoridade das palavras (finja estar lendo em Latim). A quem presenciou aquela incorporação aterradora, minhas sinceras desculpas.
Pronto. Descambou. Já viu algum ator pedir desculpas por sua atuação? Eu peço. Eu peço por ter desafinado. Eu peço por ter grande dificuldade em cantar/dançar/tocar patangome/manter a postura/sorrir forçada e simultaneamente. Que artista é este que se desculpa por fazer arte (mesmo a mais grotesca)? Um não-artista. Um funcionário-público em couro de artista.
Não sou a Regina Duarte, embora também tenha medo. Mas de exposição. Parece tudo tão maníaco-compulsivamente vedado aqui dentro, que quando tem de sair é na sutileza de um balé de mamutes. Eu erro a mão, a voz, o passo, enfim...
Pronto. Descambou. Já viu algum ator pedir desculpas por sua atuação? Eu peço. Eu peço por ter desafinado. Eu peço por ter grande dificuldade em cantar/dançar/tocar patangome/manter a postura/sorrir forçada e simultaneamente. Que artista é este que se desculpa por fazer arte (mesmo a mais grotesca)? Um não-artista. Um funcionário-público em couro de artista.
Não sou a Regina Duarte, embora também tenha medo. Mas de exposição. Parece tudo tão maníaco-compulsivamente vedado aqui dentro, que quando tem de sair é na sutileza de um balé de mamutes. Eu erro a mão, a voz, o passo, enfim...
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