foto: divulgação Petrobras

Fui ontem assistir à estréia da curta temporada que a Intrépida Trupe realiza em BH que leva esse título. Enfrentei fila para comprar ingresso a R$ 2, e fiquei me gabando de ter pagado o valor de inteira. O espetáculo foi montado na Arena Telemig Celular, na Rua da Bahia. O palco, por excelência arquitetado para contendas esportivas do vitorioso vôlei mineiro (e futsal, e basquete também), acolheu de bom grado a performance teatral-circense baseada no esporte pentacampeão mundial.
Impressionante. Precisão, versatilidade, força, criatividade. Isso sem contar todo o aparato desenvolvido especialmente para o espetáculo (por exemplo, todos eles iniciam a apresentação dependurados por elásticos num dispositivo móvel e articulado). Cada qual seria capaz de eleger sua esquete preferida, mas não houve nada mais interessante do que o tira-teima. Um playback narra a jogada de uma falta. Os dançarinos-atores a repetem várias vezes (por último em slow motion) ao comando dos narradores, criando certamente a cena mais cômica da exibição. Lúdica, a cada movimento era possível identificar os elementos inerentes a uma partida de ludopédio, estivessem presentes no campo ou nas arquibancadas.
Ouvi uma das integrantes dizer no telejornal que eles fazem preparo corporal e cênico de segunda a sexta, seis horas diárias. E digo que eles saltam, correm, se jogam, penduram de cabeça para baixo durante uma hora ininterrupta. E no final, não há um sequer pedindo arrego. Estão inteiros (esta é a impressão) para mais outra hora, sem o menor drama.
Vamos combinar que parte do público belorizontino tem um sério distúrbio com prioridades e gratidão. Tinha gente histérica aclamando os acrobatas a todo movimento (bem ou mal executado), o que criava atmosfera de show de strip. Não convide jamais essas pessoas para uma ópera.
Mas, enfim, que falta nos faz o patrocínio da Petrobras, não?(Hum... A Usiminas estava nessa bocada também). Os fluminenses estão na estrada há vinte anos bem conceituados, sempre mesclando e inovando as linguagens de dança, teatro e circo. Valeu a pena (embora eu ache que iluminação e trilha devessem ser repensados). Quem quiser ver até domingo terá agora que desapegar-se de R$ 30...
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