E a realeza britânica está no Brasil.
Príncipe Charles em sua visita ao país me fez pensar a respeito de algo que considero no mínimo interessante. Os produtos culturais tipo exportação do país.
Em sua passagem pelo Rio de Janeiro (como foi noticiado por diversos jornais televisivos) ele tirou risos da "plateia" com o cometário sobre uma anterior visita ao país, onde dançou com uma Mulata "SEMI-NUA". E depois os jornais mostraram sua visita a uma ONG que (com certeza) presta serviços a crianças e jovens "carentes".
Até aí tudo bem?
Bom, não sei pra você leitor, por que para mim está tudo mal!!
Vamos a rápidas reflexões "sem dor", como diria um professor que tive.
Sinceramente, não sei que poder político tem o tal Príncipe Charles, mas imaginando que ele tenha algum, penso:
Até quando o Brasil vai vender a imagem da Mulata, do samba, do Carnaval, do paraíso sexual e afins para o exterior?
Ou será que seria essa a sina da nação e seu ponto mais forte, que deveríamos nos agarrar a ele com todas nossas forças de povo de país "emergente" e sub-nutrido?
Esse fato me levou a lembrar da conversa tida com o percussionista Gilson Silveira na tarde em que o mesmo ministrou uma oficina de pandeiro ao Rosa dos Ventos, em que ele nos relatando algumas de suas experiências fora do país, mais precisamente na Itália, onde ele confidenciou que o início de sua carreira naquele país foi tocando em shows "brasileiros" onde o sucesso do show parecia estar atrelado a presença das "Mulatas" e de alguns percussionistas-malabaristas( algum integrante do grupo se lembra de algo ou alguém??!!).
Já a visita a ONG ou Projeto Social, me faz pensar no outro "Produto cultural tipo exportação" que temos investido. Não se engane ao pensar que esse "ajuntador" de letras fará uma crítica ferrenha a essas iniciativas, pois o mesmo foi adestrado durante mais de quatro anos para atuar (dentre outras coisas) nessa área e não vê a hora de começar!! (ajudas são sempre bem-vindas)
Levanto esse dado apenas para fazer refletir como estão(mos) divulgando o país culturalmente.
Os integrantes do Projeto tocaram instrumentos percussivos e jogaram capoeira(como foi mostrado na tv) para o Príncipe, que dessa vez não se arriscou a fazer parte da roda.
O "cinema novo" foi criticado por adotar a "estética da fome" em seus filmes, a recente produção cinematográfica brasileira foi criticada por exibir uma alta carga de violência em seus filmes de "estética da favela"(termo cunhado por mim). Tanto os filmes do "cinema novo" quanto os realizados recentemente, como Cidade de Deus e Tropa de Elite, foram premiados em várias competições internacionais.
A confusão esta feita, tanto nesse texto quanto nas reflexões propostas por ele.
Cada um que tire suas próprias conclusões.
Me recordo agora de uma pseudo música escrita por mim na época de preparação para o show no Conexão Vivo. Música essa assoprada por Titane, que com certeza influenciada pelo espetáculo dirigido por João das Neves "Besouro Cordão de Ouro", insistia que deveríamos ter algo relacionado a capoeira.
o máximo que conseguimos na época foi o estilizado ritmo tocado em nossa adaptação da música "Inclassificaveis".
Deixo aqui as rimas fáceis da canção que pari.
DONO DA GINGA(Marcos Mateus)
Ando leve não escorrego
sei queixada e martelo
feito sombra que se esquivaconta o olho traiçoeiro
de arraia não tem dódanço luta de terreiro
quilombola não estou sóe na semba de festeiro
entra cana e alegria
o batuque é certeirovai até o raiar do dia
mas se embrenhou na mata adentro
pede bênção, faz ebó
se tem toque do pandeiroroda e canto curió.
Enquanto isso o presidente do Senado adota o "relógio - de - ponto"....
Mais de 6 milhões em horas extras em Janeiro, mês de recesso do senado...
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