Esta semana me apresentei publicamente pela primeira vez tocando contrabaixo acústico. Foi estranho. Lembrei do meu primeiro show. Foi em um festival promovido pela escola de música que eu estudava, no final do ano, em 2003. Eu tocava guitarra, tinha 16 anos, e foi mais emocionante do que a primeira vez que eu andei em uma montanha-russa (e a minha primeira foi a 5ª maior montanha-russa de madeira do mundo).
Depois de tanto tempo, anos de estudo, aprendizado, experimentação, infinitas aulas de trabalho corporal, milhares de aulas de música, caras a tapa em apresentações, e bla bla blá, eu me senti totalmente crua, como aos 16 anos. Toquei sozinha naquele palquinho que parecia enorme, com meu único companheiro, aparelho de som, que rodava um play-along com o acompanhamento de um piano. Minha cara ficou roxa, minhas pernas tremiam, minhas mãos derretiam de suor. Ao final, dei um sorrisinho mixo, como agradecimento, quase me escondendo atrás do baixo (o que não é muito difícil).
Passados os um minuto e meio, tempo de duração da peça que eu toquei – risos –, senti aquele alívio de ter tirado o mundo das costas. E não é que deu tudo certo?
* Aliás, se alguém tiver um contrabaixo jogado às traças em casa, parado atrás da porta, dentro do guarda-roupa ou enfiado numa gaveta, manda pra cá que eu vou fazer bom proveito!
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