Ludibriarte (parte 3)
Mais importante do que a obra de arte propriamente dita é o que ela vai gerar. A arte pode morrer; um quadro desaparecer. O que conta é a semente
Joan Miró
Toda a forma de arte é uma tentativa para racionalizar um conflito de emoções no espírito do artista
Fonte: "A Propósito da Poesia Inglesa"
Robert Graves
A arte é um antidestino
André Maulraux
Meu intuito – e minha capacidade – não é a de debater tópicos de sociologia e/ou antropologia, mas de expor um mal estar que por agora me consome. Como, por exemplo, ter que pedir concessão ao Estado para existir (ou quando o Rosa dos Ventos pedimos auxílio aos Fundos de Cultura e acolhemos suas contrapartidas e prestações de contas não é isso o que fazemos?). Como mandar uma platéia de 500 pessoas se foder e elas se locupletarem de risadas e limitar-se à reação “eles não são ótimos?”, sem nunca considerarem a proposta ao cabo. O que me incomoda demais é que sou tanto o que canto, e que eu por vezes me torno um com a mensagem, que me fere fundo ser ignorado. Não quero o contágio da mente, somente o reluzir das auras, o mais elevado que se alcança da humanidade. Ainda assim, se as não alcanço, me consome um fracasso, me enfraquece um cinismo. Às vezes minha alma fica, confesso, resfriada. Estou por inquirir panacéia que a liberte.
Talvez seja uma rabugem passageira, ou uma mente adestrada de jornalista, ou compulsão geminiana, ou por ter relido Admirável Mundo Novo, mas que a arte me parece à parte, ah, quanto parece...
Joan Miró
Toda a forma de arte é uma tentativa para racionalizar um conflito de emoções no espírito do artista
Fonte: "A Propósito da Poesia Inglesa"
Robert Graves
A arte é um antidestino
André Maulraux
Meu intuito – e minha capacidade – não é a de debater tópicos de sociologia e/ou antropologia, mas de expor um mal estar que por agora me consome. Como, por exemplo, ter que pedir concessão ao Estado para existir (ou quando o Rosa dos Ventos pedimos auxílio aos Fundos de Cultura e acolhemos suas contrapartidas e prestações de contas não é isso o que fazemos?). Como mandar uma platéia de 500 pessoas se foder e elas se locupletarem de risadas e limitar-se à reação “eles não são ótimos?”, sem nunca considerarem a proposta ao cabo. O que me incomoda demais é que sou tanto o que canto, e que eu por vezes me torno um com a mensagem, que me fere fundo ser ignorado. Não quero o contágio da mente, somente o reluzir das auras, o mais elevado que se alcança da humanidade. Ainda assim, se as não alcanço, me consome um fracasso, me enfraquece um cinismo. Às vezes minha alma fica, confesso, resfriada. Estou por inquirir panacéia que a liberte.
Talvez seja uma rabugem passageira, ou uma mente adestrada de jornalista, ou compulsão geminiana, ou por ter relido Admirável Mundo Novo, mas que a arte me parece à parte, ah, quanto parece...
Shabads - o efeito Renato Motha e Patrícia Lobato
Para encerrar o jorro maldito com que, momentaneamente, condenei a música por agente de inércia e catalisadora de pseudo-ações, ontem fui ao Palácio das Artes assistir a essa dupla no lançamento de seu novo trabalho musical.
Já disse no blog da conspiração benfeitora do universo para que fosse assistir-lhes, talvez sedar a alma de mantras hindo-mineiros, mas fui ainda mais compelido a fazer a pergunta que me tem assombrado a esta época:
— Em que medida vocês acreditam que a música, essa coisa tão etérica, seja capaz de transformar a concretude do mundo real?
Antes que se findasse um compasso de espera, Patrícia Lobato formalizou uma doce, embora firme, anacruse:
— Acho que posso responder isso com o próprio significado do Shabads [novo cd mântrico do casal], que significa Som. A partir dos sons e daquilo que emitimos como energia, passamos inevitavelmente a vibrar naquela freqüência. Por isso, existem sons que elevam, e sons que...
— ...Enervam. – emendou manifestando-se Renato Motha, para o deleite dos presentes. E ainda encerrou afirmando que a música é a arte de manejar energia. Senti-me um latente alquimista, sacerdote noviço, confuso e ainda incipiente, mas senhor, com retida esperança, de alguma magia promissora e inominável.
(obs.: todas as citações desta trilogia foram retiradas do site luso http://www.citador.pt/ )
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