Stranger than Fiction

By Leo Peifer on 2/04/2009 08:48:00 AM
Will Ferrell é um Auditor da Receita
em Stranger than Fiction


Não sei o que você pensa sobre determinação das rotas da vida. Não sei se acredita no destino, ou se acha que o acaso irremediavelmente governa as histórias.

A despeito do conceito que se faça disso, é uma questão que, suba e desça sol, emerge nas reflexões. Reassisti ao filme que intitula o post. E ele conta a história de um auditor da Receita Federal que começa ouvir uma narração onisciente de sua própria vida. O narrador devassa todas suas atitudes e sensações com um sentido de fatalidade inexorável. Em algum momento da película, o personagem descobre que sua vida é exatamente a trama que uma escritora está redigindo após anos de bloqueio criativo e que sua autodeterminação e toda sua vida é guiada por essa narração.

Sua percepção da vida muda, entretanto, quando certo dia ouve da voz da narradora "mal sabia ele que tal ação o levaria à morte iminente". Após passagem rápida por uma psiquiatra, o personagem consegue ajuda de um professor de Teoria da Literatura Inglesa, que começa a procurar formas de identificar quem seria responsável pelo desfecho do destino de Harold Crick.

Kay Eiffel é um escritora mediana britânica, que está prestes a terminar sua obra-prima. Seu estilo inconfundível faz com que em todas as suas histórias, os protagonistas morram ao final, com abusos de ironia. Entretanto, com seu bloqueio criativo, Kay não conseguia matar Crick de uma forma convincente. "Não posso simplesmente jogá-lo de um edifício", divagava.

A história muda completamente de rumo quando a criatura encontra, finalmente, o criador... E mais do filme não escrevo. Exceto que há um sério embate ético entre arte e realidade, a submissão do personagem ao autor (ou ao enredo), destino e livre-arbítrio, decisões e consequências. É possível até fazer uma leitura espiritualista, outra existencialista... Enfim, daqueles filmes em que se encontram argumentos para discussões intermináveis e interdisciplinares.

E que por mais que os pensamentos sobre destino sejam reincidentes e cíclicos, definitivamente são adeptos inconstestes da sincronicidade. Engraçado como certas coisas (res)surgem em nossa vida como para comprovar suas hipóteses. Queria conhecer desse alfabeto para a leitura mais correta.

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